A Pesquisa Empreendedorismo Nikkei COVID-19 objetiva levantar e traçar os perfis de nipo-brasileiros que atuam no mercado e que desenvolvem estratégias para sua atuação, manutenção e crescimento de seus empreendimentos. Esta ação tem como parceiros as associações nipo-brasileiras do Brasil. No final do estudo, os dados e análises realizadas serão publicadas e compartilhadas com as diversas associações envolvidas no Projeto, que poderão colaborar na construção de redes de apoio e fortalecimento aos empreendedores Nikkeis de suas regiões.
Pressupostos
- O Brasil é o país que tem a maior colônia japonesa fora do Japão;
- Escassa literatura ou pesquisas sobre o empreendedorismo Nikkei no Brasil, o modo operante de negócios e especificamente, sobre o conhecimento destes empresários Nikkei em ações para a mitigação das consequências da pandemia COVID-19.
Objetivo Geral
- Traçar panorama dos empreendimentos Nikkei no Brasil e o impacto da pandemia da Covid-19 em seus negócios.
Objetivos Específicos
- Criar uma metodologia replicável para utilização em outras pesquisas relacionadas ao tema Nikkei;
- Fomento para construção de novos saberes e estratégias sobre o empreendedorismo Nikkei;
- Fortalecer o empreendedorismo Nikkei construindo uma rede de apoio e instrumentalização contra a Covid-19.
- Compartilhar informações do empreendedorismo e enfrentamento da Covid-19 junto às Associações Nipo-brasileiras do Brasil, rede de apoiadores e comunidade nikkei.
Metodologia
- A pesquisa será quali-quanti, com aplicação de um questionário estruturado, organizando e tabulando os dados coletados e analisados com uma abordagem que tratará dos fenômenos sociais, culturais, da saúde, e do empreendedorismo frente a pandemia COVID-19.
- O questionário será objetivo com linguagem informal. E tentará abordar aspecto ex-ante a pandemia fazendo relação com o momento atual.
- As perguntas abertas terão um valor de diálogo e percepções dos pesquisados.
- A pesquisa se compromete quanto ao sigilo dos dados sensíveis.
- A pesquisa será conduzida por um grupo multidisciplinar voluntário - Grupo HENSHIN NIKKEI, buscando apoio das associações nipo-brasileiras do Brasil.
Público Alvo
Gestores nikkeis de micro, pequenas e médias empresas formalizadas preferencialmente nas capitais e regiões metropolitanas brasileiras.
Plano de trabalho
- Identificação e articulação com Associações Nikkeis no Brasil
- Validação do Questionário: Qualificação e validação do instrumento (20 pessoas responderão)
- Aplicação do questionário amplamente divulgado e preenchido nacionalmente (meta inicial de 520 questionários preenchidos).
Questionário disponível em CLIQUE AQUI
- Divulgação dos resultados: compartilhamento das informações colhidas com os participantes, apoiadores institucionais e associações.
- Mais informações: [email protected]
Introdução
Os primeiros registros do vírus da Covid-19 foram identificados na China, no final do ano de2019. Em março de 2020 foi declarada pela OMS a situação de PANDEMIA DE COVID-19, considerando o aumento de casos da doença e por sua ocorrência ser observada em todos os continentes. Esta decisão visou aprimorar a coordenação, a cooperação e a solidariedade global para interrompera propagação do vírus.
Em fevereiro de 2020, foi notificado o primeiro caso no Brasil. Com uma ampla disseminação nacional de casos e óbitos, registrou-se até segunda quinzena de abril de 2022 mais de 30 milhões de casos de covid-19, com mais de 660 mil óbitos, de acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS, ocupando posição de destaque mundial.
A pandemia afetou fortemente a economia do país, com queda nos investimentos de projetos empresariais, serviços e comércio. Este cenário impactou diretamente na geração da renda das famílias brasileiras e a retomada do crescimento econômico a passos lentos, acentuou as desigualdades sociais, com altos níveis de pobreza e desemprego.
No cenário internacional, várias foram as iniciativas tomadas pelos países para o enfrentamento da pandemia. Um exemplo que se destaca, é do Japão, que no início do aumento da transmissão dos casos da COVID 19, realizou um apelo popular com o chamado "3 Cs: Closed spaces, Crowdedplaces and Closecontact settings", ou seja, evitar espaços fechados, aglomerações e contato próximo (uso de máscara), com isso eles conseguiram diminuir o grau de transmissibilidade, não havendo necessidade de políticas mais radicais, como o lockdown. Observa-se, no entanto, que para implementação destas práticas é preciso um engajamento e a credibilidade da população nas informações das autoridades governamentais. Considerando ainda que o povo japonês mantém uma cultura de respeito à coletividade que se destaca em relação aos demais países, assim, a adesão voluntária aconteceu de forma efetiva e imediata.
Empreendedorismo Nikkei
A crise econômica brasileira teve um agravamento no decorrer da pandemia, impactando fortemente na geração de renda, a partir do fechamento de postos de trabalho e desmobilização de oportunidades de emprego formal. Este cenário abriu novas janelas para o empreendedorismo no Brasil. Embora, segundo pesquisa, dados do Sebrae, a taxa de empreendedorismo no Brasil teve queda em cerca de 18%.
Em 2020, outro estudo da mesma entidade, indica que ter uma empresa passou a ser o segundo maior sonho do brasileiro, perdendo apenas para o desejo de viajar. Com o desemprego formal em alta, o empreendedorismo individual deve crescer a taxas relevantes no Brasil. A taxa de empreendedorismo potencial, composta por cidadãos que não têm um negócio, mas pretendem abrir uma empresa em até três anos, teve um incremento de 75% (crescendo de 30%, em 2019, para 53%, em 2020).
Nos tempos atuais o conhecimento no mundo dos negócios é fundamental para a estruturação e manutenção dos empreendimentos; as mudanças provocadas pela pandemia mobilizaram novas formas de atuação e construção de novos saberes, por exemplo, como o incremento da utilização dos meios digitais para continuidade dos negócios. Em pouquíssimo espaço de tempo, todo cenário de negócio passou por uma grande transformação. Entender estas mudanças e atuar de forma eficiente e sustentável no mercado, tornou-se primordial e urgente para todo empreendedor.
Sabe-se que é expressivo o número de japoneses que migraram para o Brasil pelas ondas migratórias do Japão para o Brasil, que tem seu marco no início do século XX, com a chegada do navio Kasato Maru, no porto de Santos. É de notório saber que os japoneses vieram originalmente para trabalhar nas fazendas de café, porém, com o passar dos anos, vários japoneses migraram para os estados onde eram oferecidas as melhores oportunidades de trabalho e negócio. Desde o início, ficou caracterizado que o espírito empreendedor dos imigrantes e dos nipo-brasileiros sempre foi uma de suas marcas registrada. O último estudo realizado para o levantamento do quantitativo de Nikkei no Brasil foi em 2008, com base no censo de 2004. Dos cerca de 250 mil japoneses que desembarcaram no Brasil a partir de 1907, no ano 2000 foi identificada uma população estimada de 1,4 milhão de Nikkei. Estima-se que em 2020 atingiria cerca de 1,75 milhões de Nikkeis no Brasil, porém a projeção feita com base no censo de 2000, apontam que já ultrapassaram a marca de 2 milhões de Nikkeis. Mesmo o Brasil sendo o maior centro de descendentes de japoneses do mundo, existem poucos dados de como vivem, onde estão, grau de escolaridade, nível de renda e negócios.
Henshin
O Projeto Empreendedorismo Nikkei - Impacto econômico da Pandemia da Covid 19, realizado pela REN Brasil, terá a sua coordenação promovida pela Henshin - Rede de Pesquisadores.
A Henshin - Rede de Pesquisadores é formada por profissionais de diversas áreas de atuação, em
caráter voluntário.
- Sandro Terabe: Mestre em Saúde Pública, Economista e Sanitarista. Área de atuação: Gerente de Projetos e pesquisador
- Elise Hirako: Mestre em Artes, Bacharel em Artes Cênicas, área de atuação: Ensino de Artes, Pesquisa da cultura japonesa, Empreendedorismo de arte
- Julia Tani: Psicóloga, área de atuação: Comunicação e Marketing e Projetos Sócio Ambientais/ Culturais
- Hideo Mikami: Engenheiro de Redes de Comunicação, área atuação: Empresário de Publicidade e Marketing, Coworking, Economia Criativa e Colaborativa, Eventos, Esportes e Varejo
- Lara Santos: Fisioterapeuta, área de atuação: Pediatria e neonatologia
- Joyce Neri: Mestre em Administração, administradora e tradutora, área de atuação: pesquisadora, tradutora e interprete (PT-EN)
Realização
Henshin - Rede de Pesquisadores, REN Brasil, Universidade de Brasília, CDPDan
Apoio
Embaixada do Japão no Brasil [在ブラジル日本国大使館] – Brasília-DF
Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social – BUNKYO – São Paulo-SP