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Medidas contra a Covid-19 e a reabertura das escolas no Japão

Medidas contra a Covid-19 e a reabertura das escolas no Japão
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A operação de retomada das aulas prevê medidas que, com a colaboração de alunos, professores e pais, garantam que a rotina escolar não represente um risco para a saúde das crianças e suas famílias. Em virtude da importância da educação, as atividades de ensino são retomadas sob a condição de se: eliminar as fontes de contaminação, cortar a rota de transmissão e aumentar a resistência dos professores e dos estudantes.

Um vídeo (em japonês, com legenda em português) apresenta as medidas previstas no manual de cuidados com a higiene, que foi formulado pelo Ministério da Educação, Cultura, Esporte, Ciência e Tecnologia do Japão (MEXT) e pode ser acessado abaixo:

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Medidas contra a Covid-19 e a reabertura das escolas no Japão [PDF]

Boa tarde a todos. Sou Hirayama, chefe da Divisão de Educação da Saúde e Alimentar do Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia (MEXT).

Primeiramente, manifesto o meu respeito aos que atuam no combate à Covid-19 no mundo inteiro.

Desta vez, gostaria de apresentar medidas contra o novo coronavírus tomadas nas escolas do Japão.

Inicialmente, permitam-me explicar a situação do surto da infecção no Japão.

No Japão, houve aumento drástico no número de novos casos em abril e, durante o pico, o número diário chegou a registrar até 700 infecções.

Porém, em função das solicitações do governo central e dos governos locais, muitas empresas e cidadãos suspenderam voluntariamente as atividades socioeconômicas, o que consequentemente conteve o aumento de novas incidências em maio.

Até 15 de julho, foram registrados cerca de 22.000 casos confirmados e aproximadamente 980 óbitos.

A respeito das escolas do ensino fundamental, secundário e médio, a maioria das escolas foi fechada.

No entanto, após a desaceleração do aumento de casos em meados de maio, as escolas começaram a reabrir sob a ideia de “reabrir atividades educacionais em virtude da importância da educação enquanto toma as medidas possíveis contra a doença, baseando-se na teoria da impossibilidade de zerar o risco da contaminação”.

Dessa forma, maioria das escolas reabriu plenamente até o final de junho.

Hoje, apresento alguns pontos sobre as medidas tomadas contra a doença nas escolas do Japão com base no manual de cuidados com a higiene formulados pelo MEXT.

O primeiro ponto a abordar sobre medidas contra a doença é: 1) eliminar fontes da contaminação, 2) cortar a rota de transmissão e 3) aumentar a resistência das pessoas.

Em relação a “eliminar fontes da contaminação”, após o surto do novo coronavírus, programamos a regra de impedir a frequência de alunos e professores quando apresentarem sintomas de gripe, como febre. Os alunos que se ausentarem das aulas devido a esta regra não serão prejudicados no ingresso da etapa seguinte.

Todas as manhãs, os alunos preenchem em casa a “lista de observação da saúde” com dados de temperatura e condição de saúde e a leva para a escola. Os funcionários da escola recebem a lista e checam na entrada.

Nos caso de alunos que não preenchem a lista em casa, os funcionários procedem com a aferição da temperatura corporal na entrada de escola.

A colaboração dos pais é imprescindível para esta atuação.

A respeito de “corte da rota de transmissão”, na contaminação do novo coronavírus há dois tipos de transmissão: “contaminação causada pelas gotículas” como espirro, tosse, saliva, e a “contaminação causada pelo contato” que ocorre quando se toca a boca e o nariz com a mão contaminada com o vírus.

Ensinamos aos alunos como acontece a contaminação causada pelo contato, orientamos a não tocar os olhos, nariz e boca, e solicitamos lavar as mãos logo após a chegada às escolas.

Orientamos lavar as mãos por 30 segundos com água corrente e sabão. Para explicar melhor, este slide mostra detalhes de seis momentos para se lavar as mãos.

Orientamos a cobrir a boca ou o nariz com o uso de máscara, lenço, com a manga da roupa ou com o cotovelo ao tossir ou espirrar.

Estas são a etiquetas da tosse.

Para a higienização, limpamos mais de uma vez por dia as maçanetas, corrimãos, interruptores que alunos tocam muitas vezes, além dos materiais didáticos usados em sala de aula, usando pano ou toalha de papel, umedecidos por produto desinfetante.

Estas são as atuações para cortar a rota de transmissão.

Já o terceiro, “aumentar a resistência” para aumentar a imunidade, orientamos a dormir bem, fazer exercícios moderados e consumir alimentos equilibrados.

Além destas medidas básicas, em relação ao novo coronavírus, sabemos que há alto risco de infecção coletiva quando ocorrem simultaneamente três condições: espaços fechados com má circulação do ar, espaços com aglomerações e com pessoas em contato próximo conversando a curta distância.

É de suma importância evitar estas condições nas atividades escolares.

Em primeiro lugar, é necessário ventilar bem os espaços fechados. Manter janelas abertas sempre que possível, e dependendo do clima, a partir de duas diferentes direções.

É necessário ventilar mesmo quando se usa o ar condicionado, já que o ar-condicionado gera circulação do ar apenas dentro do cômodo.

Para evitar a aglomeração, manter a distância física.

As mesas na sala de aula são colocadas mantendo o máximo possível de distância, em torno de 1 metro.

Nas regiões onde é necessário manter o alerta com o aumento de casos da transmissão comunitária, manter a distância de 2 metros se for possível. Neste caso, se for necessário, os alunos da mesma turma serão divididos em dois grupos e assistem às aulas de forma escalonada.

Já em relação a “contato próximo”, tanto alunos como professores usam máscaras, já que nas escolas, há momentos em que conversam a curta distância e falam em debates ou outras atividades.

Mas quando há risco de ocorrer exaustão pelo calor, eles retiram as máscaras.

Além disso, os alunos não usam as máscaras na aula de educação física e mantem distância entre eles.

É necessário que estas medidas sejam tomadas dependendo da situação da infecção das regiões.

O MEXT mostra o método de manter distância entre as mesas, assim como a ideia de atividades que podem ser feitas, dependendo dos três níveis de infecção.

Levando em conta a situação de infecção nas regiões onde os alunos e professores moram, cada escola considera o nível e toma as medidas necessárias.

Nas escolas, medidas serão tomadas com base nos pontos apresentados até agora. Para isso, a compreensão e comportamentos de alunos e seus pais são importantes.

O mais importante é os próprios alunos considerarem o risco de contaminação e agir para evitá-lo, visto que os alunos nem sempre estão sob a fiscalização de seus pais e professores.

Por isso, para alunos compreenderem corretamente a doença e aprender as medidas preventivas, o MEXT criou e distribuiu o manual de orientação destinado aos alunos.

Além disso, é importante fazer prevenção dentro do lar para não levar o vírus para as escolas. Para isso, as escolas divulgam informações ativamente, em parceria com a associação de pais e mestres, entre outros, pedindo a cooperação dos pais no lar para a necessidade de atenção às medidas contra a doença em seus próprios comportamentos.

Ainda, por mais que tomemos medidas plenamente, não podemos zerar o risco de infecção.

Em caso de confirmação de infecção, o diretor toma a medida de suspender a frequência à escola do infectado e aos que tiveram contato próximo.

Mesmo em caso de confirmação de infectado entre os que frequentam a escolas, não pode acontecer discriminação, preconceito, bullying e difamação contra o infectado, ou aos que tiveram contato com eles e seus familiares.

Tomaremos cuidado adequadamente para não acontecer tais situações, mas, caso ocorram, apoiaremos adequadamente os que sofrem, além de orientar os que atacam do ponto de vista do respeito aos direitos humanos.

Além disso, em caso do avanço da infecção na região, temos que considerar se deveríamos fechar todas as atividades locais incluindo escolas onde não há infectado.

Em caso de haver solicitação de suspender não apenas atividades escolares, mas também todas as atividades socioeconômicas, o fechamento de escolas também seria considerado.

Mesmo neste caso, para garantir o aprendizado das crianças, é necessário considerar cautelosamente o fechamento de escolas.

Por fim, apresento o sistema escolar do Japão que sustenta tais atuações.

Nas escolas do Japão, são alocados professores de assistência qualificados. Os professores de assistência tratam diariamente alunos que sofrem ferimentos ou passam mal, cuidando da saúde nas escolas. Também dão aulas sobre higiene e fazem consultas individuais de saúde aos alunos.

Além disso, em regime de meio período, estão sendo alocados médicos e farmacêuticos escolares. Eles cuidam da saúde dos alunos e mantem a higiene nas escolas.

Para responder ao novo coronavírus, cada escola, com a responsabilidade dos diretores, professores de assistência, professores de turma, médico e farmacêuticos escolares trabalham e coordenam para criar um sistema.

Em relação a despesas com medidas contra a Covid-19, o governo central providenciou o auxílio urgente de 1 a 5 milhões de ienes para cada escola, com o qual escolas podem comprar sanitizantes, medidores de temperatura e materiais didáticos a serem usados para a garantia do aprendizado durante o fechamento de escolas.

No Japão, ainda não podemos prever a situação devido à conjuntura da infecção. Por outro lado, também é importante a continuidade do aprendizado necessário das crianças neste período.

É missão das escolas proporcionar o aprendizado de certo nível para crianças, independentemente das situações sociais e econômicas no lar e nas regiões.

Por isso, os responsáveis pela educação fazem esforços diariamente para administrar as escolas enquanto tomam medidas firmes contra a doença de acordo com a situação regional da infecção.

Espero que nossas atuações ajudem todos de alguma maneira.

Saiba mais

Embaixada do Japão no Brasil [在ブラジル日本国大使館] – Brasília-DF

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Publicado em:Notícias